Hoje faz 50 anos que o Regime
Militar foi imposto no Brasil, de 1964 a 1985. Sob o pretexto de salvar o país
das garras do comunismo, por conta de o então Presidente da República, João
Goulart, se mostrar cada vez mais próximo de Cuba e da União Soviética, com
ideias esquerdistas, os militares instauraram aquele que seria o período mais
obscuro e controverso do Brasil.
As Forças Armadas passaram a ter
um papel muito relevante na política brasileira, desde a vitória na Guerra do
Paraguai, na Proclamação da República, na Revolução de 1930. Dessa vez não
parecia ser diferente: eles implantariam a “ordem” e depois voltaríamos à
democracia, com o perigo afastado. Mas não foi assim. O regime durou longos e
pesados 21 anos.
Os AIs postos em prática minavam
a liberdade de expressão e semeavam aversão nos estudantes e universitários. Vários filósofos, cantores, políticos, intelectuais foram censurados por serem
considerados comunistas e até terroristas. Autores de músicas precisavam ser
muito expertos, usar muitas metáforas, figuras de linguagem, para que suas
canções pudessem ser aprovadas.
Por outro lado, entre 1968 e 1973
ocorreu o que chamamos de “milagre brasileiro”, período de grande crescimento
econômico, obras faraônicas.
Assim como ocorreu em vários
regimes militares da América Latina no início dos anos 80, no Brasil a
confiança nas Forças Armadas estava em decadência, com a insatisfação do povo
pela inflação descontrolada, abrindo as portas para a democracia. A Lei da
Anistia foi promulgada. Uma Lei estranha, pois perdoava agressores e agredidos.
Não me recordo muito dessa época.
Tenho a lembrança de José Sarney assumindo o poder e da morte de Tancredo
Neves. Lembro que os adultos olhavam com apreensão: seria mais uma tentativa
por parte dos militares de impedir a democracia no Brasil?
Segue abaixo uma das melhores
letras de música, inteligente, em minha opinião, composta por Chico Buarque e
Gilberto Gil, que expressa muito bem o sentimento do povo brasileiro ante os métodos utilizados pelo regime militar.
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