Pião é um dos brinquedos que não costumamos ver hoje em dia. Nem nas periferias são encontrados. quando eu era garoto, cada menino tinha um ou dois. E não eram comprados em tabernas, quiosques. Eles eram fabricados por nós mesmos.
Claro, os mais velhos faziam, ou começavam, até tomar forma. O acabamento ficava a critério do dono: uns pintados de uma ou duas cores; outros mais melhorados com riscos, alguns com pirografias. A ponta era de prego mesmo. Batia-se o prego na parte inferior e depois desgastávamos a "cabeça" no asfalto ou num chão de concreto até ficar afiada.
Claro, os mais velhos faziam, ou começavam, até tomar forma. O acabamento ficava a critério do dono: uns pintados de uma ou duas cores; outros mais melhorados com riscos, alguns com pirografias. A ponta era de prego mesmo. Batia-se o prego na parte inferior e depois desgastávamos a "cabeça" no asfalto ou num chão de concreto até ficar afiada.
A corda era de punho de rede mesmo, a melhor, que nem esse da imagem: prendia o pião e não desmanchava. Enfim, não havia um igual ao outro. O objetivo era lançar o brinquedo numa superfície plana e deixá-lo o maior tempo possível girando. Para isso era necessário sentir o peso do pião, o tamanho da corda e o momento certo de puxá-la de volta. Aí acontecia algo estranho: ficávamos admirando o girar daquele pedaço de madeira, como se estivéssemos hipnotizados.
Para uma criança de periferia, como eu fui, era divertido fazer essas disputas com os colegas, pedir emprestados os outros, testar outras cordas. Era um terapia. Era quase uma fuga dos problemas sociais da época. Afinal, os recursos eram poucos, os tempos eram difíceis. Mas éramos crianças. Os problemas eram com os adultos.
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